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Nas cordas, presidente lança desafio ao STF

Coluna do Estadão

04 de maio de 2020

Foto: André Borges/Estadão

Acossado pelas acusações de Sérgio Moro e pressionado pelo STF, o bolsonarismo, até bem pouco tempo atrás senhor das agendas, se vê em rara posição desfavorável. Os ataques aos adversários e a radicalização quase diária são, antes de tudo, ações reativas, típicas de quem, uma vez no ringue, está nas cordas. As declarações recentes (“chegamos ao limite”) foram lidas como claros sinais de que o presidente testa apoios e constrói narrativa para descumprir decisões judiciais, dentre elas, a troca de delegados da PF em importantes inquéritos em curso.

Repúdio. Sobre os ataques da manifestação em apoio ao presidente Bolsonaro, inclusive contra profissionais do Estado, o ex-presidente do STF Ayres Britto classificou como “lamentável”, e ressaltou como as instituições devem prevalecer sobre as pessoas.

Repúdio 2. Ele fez ainda uma defesa da Corte, numa quase paráfrase do slogan bolsonarista: “Por que o Tribunal tem o nome de Supremo? Porque está acima de tudo, acima de todos. Por ser o mais alto e extremo guardião da Constituição.”

Repúdio 3. “(O STF) Não governa, é certo, porém tem a competência de impedir o desgoverno”, afirma.

Limites. Outro ex-ministro do STF, Francisco Rezek, foi mais contundente em suas críticas. Diz que até Donald Trump, a quem Bolsonaro tanto admira, não permite que “sua torcida mais exaltada” hostilize o Congresso e a Corte Suprema dos EUA.

Limites 2. “Os integrantes mais sensatos do governo deveriam lembrar ao presidente que ele não pode continuar procedendo como um agitador”, disse.

Maré alta. Não deverá ser tranquilo o caminho de Sérgio Moro nesta crise. Em artigo no portal Conjur, o advogado Pierpaolo Bottini destrinchou o que o futuro pode reservar para o ex-ministro da Justiça e também para o presidente.

De olho. “A figura central nesse round da disputa entre Moro e Bolsonaro será o procurador-geral da República. Caberá a ele receber as provas e definir os próximos passos desse inquérito e o futuro jurídico das figuras envolvidas”, diz Bottini.

CLICK. O Ministério da Infraestrutura divulgou as imagens da obra de pavimentação de trecho da Transamazônica no Pará. Deverão ser entregues cerca de 25 km.

Divulgação/Instagram

Coração. O secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, classificou como uma “indiferença cruel” a minimização pelo presidente da tragédia da covid-19. “Demonstra completo desconhecimento da realidade e uma insensibilidade que não tem nenhum parâmetro no mundo”, afirma. Leia mais aqui.

Subindo. O Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil casos e 7 mil mortos – em São Paulo, são 31,7 mil infectados e 2,6 mil óbitos.

Modernoso. De seu computador em casa, o ministro Ricardo Lewandowski participa das sessões do Supremo e dá aulas de Direito para graduação e pós. Aos 71 anos, se adaptou bem às novas tecnologias e agora diz não ver nem mais sentido em se deslocar para dar aulas presencialmente.

SINAIS PARTICULARES.
Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal

Ilustração: Kleber Sales

 

BOMBOU NAS REDES!

Fabio Trad. FOTO: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Fábio Trad, deputado federal (PSD-MS): Basta de omissão! Esbofeteiam enfermeiros, chutam jornalistas, ameaçam as instituições, agridem os que deles discordam. Já assinei as CPIs e penso que o Congresso Nacional está se acovardando, deixando a democracia ser agredida impunemente. Maia e Alcolumbre, não se apequenem!

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.

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