Skip to main content

Entre juristas, morte de Teori é recebida com perplexidade

2. Valor – SP (20/01/2017)

Entre juristas, morte de Teori é recebida com perplexidade

Por Folhapress

BRASÍLIA – A notícia do acidente que vitimou o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) foi recebida com perplexidade no meio jurídico. “Lamentável. Um grande juiz, um sujeito extraordinário”, disse o ex-ministro do STF Nelson Jobin, um dos mais próximos a Teori.

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que trabalhou pela indicação de Teori ao Supremo, recebeu a notícia em viagem à Espanha. “É um grande jurista e uma das pessoas mais equilibradas que conheci ao longo da minha vida. Competente, sério e imparcial”, disse Cardozo.

Amigo pessoal do ministro, o advogado Sigmaringa Seixas, ex-deputado federal pelo PT, também trabalhou pela indicação de Teori à mais alta corte do país. Sigmaringa atendeu ao telefonema da reportagem, mas não conseguiu falar do amigo por conta da emoção.

Celso Vilardi, advogado que atuou nos acordos de delação da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, na Lava Jato, declarou que “o Supremo perde um de seus melhores ministros; um homem vocacionado e entregue ao trabalho. Embora discreto, foi um dos grandes personagens da Lava Jato”.

A postura sóbria de Teori foi o que chamou a atenção do advogado Pierpaolo Bottini, que atua na Lava Jato e é professor da Faculdade de Direito da USP. “Teori era um foco de racionalidade e bom senso, um juiz na verdadeira acepção da palavra. O julgador ideal para os tormentosos casos dos quais cuidava. Imparcial e discreto, falava nos autos e não na televisão, atributo essencial de um magistrado. Fará muita falta nesses tempos tormentosos”.

Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula, enviou nota dizendo que “é uma grande perda para o País, pois o ministro Teori se distinguia pela observância da legalidade, pela serenidade e discrição e pela imparcialidade. Deixa um legado doutrinário de peso e decisões com enorme densidade jurídica”.

José Roberto Batochio, que também defende Lula e o ex-ministro Antonio Palocci, disse que e Teori era “um magistrado equilibrado, justo, comprometido com os superiores interesses da Justiça. Um cidadão virtuoso e um paradigma. Essa é uma perda incomensurável”.

Para Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do senador Romero Jucá e do ex-ministro Edison Lobão, “Teori foi um homem seríssimo, era o homem certo num processo dificílimo por causa de certas arbitrariedades. Ele não se preocupava com a mídia, não sentia a pressão. É realmente uma perda porque ele era um juiz de verdade”.

Alberto Toron, advogado, declarou que “Teori era um juiz sério e competente. Sabia o que falava e só falava o que sabia. Era um juiz à moda antiga, só falava nos autos e nas sessões de julgamento. No processo penal revelou-se um juiz preocupado com as garantias dos acusados e intransigente com elas. É uma perda para a cidadania.”

back